"Não é uma instituição, não o precisa de ser sequer, é um lugar sem definição aparente onde expressamos o que gostamos ou não. Não cedemos a pressões, não somos pagos para dizer bem de certas e determinadas coisas (por enquanto), e não damos primazia à musica portuguesa para dar sensação de um nacionalismo não existente. Retratamos o nosso ponto de vista tal como ele é. Esférico e com uma bolinha no meio."

sábado, março 31, 2007

#5 Atom Heart Mother (1970)


Há quem diga que a vaquinha de nome Barnhill III, que vaidosamente expõe o seu sensual e cuidado traseiro na capa do 5º trabalho de originais dos Floyd, tenha seduzido Gilmour e companhia numa das suas muitas viagens ao campo. Mas, verdade seja dita, muito pouco terá este álbum de campestre, tirando a Folk que Waters sorrateiramente introduziu em If, sendo até considerado um dos álbuns pioneiros nesse género denominado space-rock, seja lá o que isso for.

Tinha dito em Ummagumma que todo o ambiente sonoro do álbum fazia lembrar o campo, com todos os seus componentes figurantes. Ora este álbum não deixa de ter na capa o fetiche de Wright pelo lado campestre de Inglaterra, mas faz-me parecer que os 70's trouxeram algo de mais...espacial talvez. De qualquer maneira, pode-se dizer que há de quase tudo, nestes 53 minutos de experiência sonora. Desde o produtor a tomar o pequeno-almoço, em Alan's Psychedelic Breakfast, passando pela magnífica balada country-folk de Waters, If, parando em Fat Old Sun. Nesta brilhante orquestração de guitarra acústica, sintetizador, baixo e bateria e guitarra eléctrica, David Gilmour parece libertar as suas mágoas, exorcizar o fantasma de Syd Barrett e finalmente arrancar algo de jeito do seu imenso talento. É que aqui que aparece o primeiro e um dos melhores solos de Gilmour em toda a sua carreira, na minha opinião.

É, portanto, um álbum mediano, comparado com um qualquer The Piper at the Gates of Dawn ou Animals, mas talvez o primeiro sinal de que a falta de Barrett já não era tão sentida. Veremos isso ainda melhor em Meddle, brevemente.
Fat Old Sun (36 anos depois)
Atom Heart Mother

spek-t-t-t-trum

Fun At The Gymkhana Club, é o mais recente álbum dos Spektrum, banda que mais se têm destacado no panorama dançável, neste álbum assemelha-se muito ao primeiro álbum (enter the spektrum).
Os Londrinos dizem Portugal ser dos países mais importantes para eles e cá estarão no festival Creamfields, os ritmos eletro contagiantes deixam qualquer um a bater o pé, ficamos á espera.


sexta-feira, março 30, 2007

#4 Ummagumma (1969)


O que é que se pode esperar de um álbum cujo título é um calão para sexo?
É em alusão ao quão experimentalista esta gravação chega a ser, dizem alguns. Agora, o que este álbum me faz lembrar é uma esverdeada mistela de tripas de minhoca com brócolos. Mas uma vez ouvido e reouvido o álbum, não conseguia parar de ligar Ummagumma a um terreno campestre, habitado por vacas, porcos e cavalos amiúde.


De qualquer maneira, com pouco palavreado é este trabalho descrito. É, não muito longe de A Saucerful of Secrets e com bastante verosimilhança a Atom Mother Heart, um álbum de barrocas instrumentalizações, momentos pseudo-zen, se é que isso naquela altura existia, recheados dum sentimento de perda e descontrolo, salpicados por sons do produtor a reclamar.

É de referir, no entanto, que este álbum é dividido em duas partes, a primeira das quais é composta por músicas de compilações anteriores, como Astronomy Domine, e também por músicas inéditas como a é Careful With That Axe, Eugene, e a segunda constituída pelo álbum de estúdio em si. Daqui, sublinho Grantchester Meadows, um brilhante dueto acústico de Gilmour e Waters, uma das melhores composições de sempre dos Floyd, destacando-se bastante do resto do álbum, que dá a ideia de ter ser originado um pouco por cada um, individualmente, fazendo parecer que ali houvesse uma espécie de competição, para ver quem se destacava mais rapidamente, na minha opinião.

Foi mais um álbum de acertos e afinações, como se de um mendigo cambaleante se tratasse este álbum. Mas foi, sem duvida, um período de grande mistério e obscuridade, sendo talvez dos períodos dos Floyd mais interessantes de se pesquisar.

Grantchester Meadows

Careful With That Axe, Eugene

quarta-feira, março 28, 2007

#3 More, Music From the Film... (1969)



Esta foi a primeira experiência dos Pink Floyd no mundo do cinema. E uma experiência, diga-se de passagem, muito pouco conseguida.

Já com Syd Barrett fora da banda, os Floyd estavam perdidos, sem saberem muito bem se haviam de seguir um caminho de um descabelado e desenfreado Rock n' Roll, que na altura estava muito em voga, ou continuar no mundo espacial e lunático em que Syd Barrett vivia. Por estes tempos, ainda Gilmour não estava muito bem adaptado ao ambiente negro e pesado vindo do deteriorado estado mental de Syd, nem Waters tinha a sua veia critica em vias de embolizar, o que assombrou a musica dos Pink Floyd até aos tempos de Dark Side of the Moon.

Notava-se este indefinição perfeitamente pela antagonia das canções, onde vigorava uma tentativa de impor uma espécie de hard rock descontrolado, com Ibiza Bar e, por outro lado, uma secção instrumentalista, bastante electrizada mas pouco esclarecida, como se restos de psicadelismos pós-Barrett se tratasse, com Cymbaline e Cirrus Minor.

No final, devem ter olhado para trás e percebido que gravaram esta compilação de originais já bastante ressacados, Nick Mason chegou até a afirmar que era um dos buracos negros na carreira da banda. Mas não exageremos, eles andavam desorientados, coitados. Mas nada melhor que gastar uns bons 70 minutos a escutar esta mescla de sons e gritos para comprovar o quão medíocre é esta banda sonora, comparada com Piper at the Gates of Dawn ou até A Saucerful of Secrets.



Cymbaline

terça-feira, março 27, 2007

#2 A Saucerful of Secrets (1968)



Foi já em A Saucerful of Secrets que se percebeu o quão viciado em drogas estava Syd Barrett. Mas há males que vêm por bem. Deteriorou-se um potencial génio em termos de escrita, mas apareceu outro, agora em termos de composição. Foi para "ajudar" na produção deste mesmo álbum que David Gilmour foi recrutado para entrar nos Pink Floyd.

Mas falemos do que é feito este álbum. Não se afastando muito de Piper At The Gates of Dawn, insere-se muito mais no movimento anos 60 que este. No entanto, se por um lado são muito mais as guitarra estridentes a fazerem lembrar Hendrix ou B.B.King, como Corporal Clegg, por outro há as mesmas sinfónicas músicas ambiente, como A Saucerful of Secrets ou Set the Controls for the Heart of the Sun, fazendo lembrar, por exemplo, o Universo, com todos os seus estáticos e aborrecidos planetas, ou um pântano sombrio, onde corujas, cobras e crocodilos andam à solta, que reflectiam bastante bem o quão pedrado Syd Barrett deveria já estar.

De qualquer maneira, há um sobejo blues a surripiar este álbum. A contrastar com a melancolia e frieza de Set the Controls..., há Jugband Blues e Let There Be More Light que trazem uns quaisquer Doors ou Rolling Stones ainda com Brian Jones inevitavelmente à cabeça.

É por isso que ainda considero este um dos álbuns mais ecléticos dos Floyd, sobressaindo já algum dedinho de David Gilmour, sobretudo em Corporal Clegg, a mão severa de Roger Waters e um ultimo psicadelismo de Syd Barrett.

Não estando ao nível de Piper at the Gates of Dawn, consegue dar um bom seguimento ao trabalho anterior, mas é tremendamente prejudicado pela precária saúde mental de Syd Barrett.

Jugband Blues

Corporal Clegg


segunda-feira, março 26, 2007

#1 The Piper at the Gates Of Dawn (1967)



Foi ainda nos 60 que os Pink Floyd, na minha opinião, atingiram o seu auge. E, quem diria, logo no seu debut. Piper at the Gates Of Dawn é um trabalho intemporal, que marcou para sempre o meio musical.

Mas chega de preciosismos e bajulices, vamos falar do que interessa.

Naquela época, onde se falava maioritariamente em Beatles, em Yardbirds e Rolling Stones, Syd Barrett transporta-nos para outra dimensão.

Sim, é sem duvida Syd Barrett que, acompanhado de muita Lucy in the Sky with Diamonds, põe em orbita o gigante imaginário psicótico dos Floyd, entre um pop quase melodramático, mas com uma língua tão vespertina como inocente, em Bike, See Emily Play e Scarecrow, e um…um conjunto de experiências de laboratório que deram para o torto gravadas em vinil riscado, ou até o sonho em que uma nave espacial descola, perde o motor e cai, acordando esse alguém de sobressalto, a suar e a respirar ofegantemente, e até expedições alucinogénicas no cemitério local com Interstellar Overdrive, Astronomy Domine e a muito sugestiva Pow R Toc H.

Mas se é na esquisita e pouco ortodoxa composição que este álbum se destaca, não fosse rotulado de psicadélico, para mim o que está de magistral neste álbum, e com isso só pode vir o nome de Syd Barrett à tona, são as letras. Se John Lennon escrevia sobre a paz mundial, Bob Dylan sobre a América rudimentar e a mudança dos tempos e Lou Reed retratava as suas sessões com Andy Warhol, Syd Barrett abriu o seu diário da adolescência contou as suas aventuras com amigos imaginários, as dos gnomos, das suas fadinhas e espantalhos, dedicou uma canção à sua inseparável bicicleta, pegou no estetoscópio e foi-se embora.

Não foi, nem de perto nem de longe, o período mais bem sucedido dos Floyd. Não foi este álbum que ficou 741 semanas nas tabelas da Billboard, nem, tão pouco, foi com este que se tornaram um êxito mundial. Por outro lado, foi aqui se ditou uma revolução no universo musical dos anos 60, criando um espaço de aberta mistura entre o Jazz, o Folk, Rock e Pop, ao contrário do estilo muito próprio que cada banda, naquela altura possuía.

Mas foi depois deste álbum que Syd Barrett se entregou ás drogas, de corpo e alma. Foi com a ajuda de drogas alucinóginicas que compôs um dos melhores álbuns dos anos 60, mas foram elas também que destruíram um dos músicos mais talentosos da sua geração.

Deixo-vos alguns videos( a qualidade naquela altura era longe de brilhante, pergunto-me se já haveria TV a cores) do Roger Waters e companhia fizeram.


See Emily Play


Astronomy Domine
Pink Floyd: Astronomy Domine (Live Rare)

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Bike


domingo, março 25, 2007

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Já exprimi aqui bastantes vezes, vezes demais até, o meu excesso de admiração, respeito e de adulação por esses de nome Pink Floyd. Mas nunca cheguei ao ponto de, durante 2 semanas, escrever uma espécie de rubrica dizendo o que me dá na real gana acerca do que Syd Barrett, Roger Waters, Nick Mason e Richard Wright e, mais tarde, David Gilmour engendraram ao longo dos já mais que 40 anos de Pink Floyd.


Como o farei?

Esmiuçando (adoro esta palavra…) os 14 álbuns de originais editados até à data. Desde o psicadelismo de Syd Barrett até ao trauma pós WWII de Roger Waters e, inevitavelmente, a mescla de sons vindas da cabecinha de David Gilmour, com uma elevada dose de cocaína ingerida.

Mas não receiem aqueles que têm ódio, que chegam a abominar Roger Waters e companhia. Calma, não têm que necessariamente fugir e apresentar uma moção de censura à Assembleia da Republica. Lá está, existe o Division Bell e A Momentary Lapse of Reason para serem sovados com violência. De qualquer maneira, vou deixar os penteados de parte, na época estavam na moda...

Atentem então por estes lados da blogosfera, que em breve sairá The Piper At the Gates of Dawn, suado e ofegante, e minimamente analisado por este pobre ser que mais nada tem que fazer, durante as, por muitos famigeradas, férias da Páscoa.

Caso estejam de férias e não tenham nada, mas mesmo nada que fazer ao não ser visitar este pobre espaço, dêem uma vista de olhos no muito inovador e renovado Quasequetempiada.blogspot.com. Vale bem a pena.

sábado, março 24, 2007

Pop à la 80's

Numa época de New Order, Jesus and Mary Chain e Joy Division, vêm da Escócia algumas bandas que tentam imitar, de certa forma, as “the real deal” da altura, vindas especialmente de Madchester, Londres ou Nova Iorque.

Mas, no meio do nevoeiro, vieram de Glasgow duas pessoas muito sui generis que, sem saberem muito bem como, revolucionaram o meio musical, não só daquela época, mas também daquele 20 anos mais afrente. Guthrie e Fraser, cada um a seu género, conseguiram criar uma nova forma musical, completamente paradoxal ao psicadelismo dos Echo and the Bunnymen de Porcupine e do “do it yourself” rock dos Gang of Four. Era Pop sim, não estava muito na moda, ou se calhar estava de mais, mas era um pop muito pouco ortodoxo, eclético e …esquisito.

Mas basta de tentativas de definição do que eram os Cocteau Twins. Basta ouvir Head over Heels para perceber o que vem daqueles lados.

Relembro aqui esses anos 80 no seu expoente máximo com Heaven or Las Vegas e Musette and Drums, respectivamente.




The Cocteau Twins - Heaven Or Las Vegas

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Times are A-Changing perhaps...

É com um sotaque sulista, um vocalista com voz de quem tem problemas relacionados com prisão de ventre durante grande parte do ano e bastante consanguinidade que por ai andam a espalhar Rock an' Roll com euforia. Jared é irmão de Caleb, que é irmão de Nathan, e os 3 são primos de Mathew. Mas não é para falar de boas relações familiares que para aqui são trazidos os Kings Of Leon.

É já para a semana, no dia 2 de Abril, que é editado o novo Because Of The Times, que foi esperado com bastante....ansiedade. Depois de Youth & Young Manhood, que foi criticado devido à maneira como o vocalista canta, por eles usarem palhetas cor-de-rosa e até por mijarem sentados, veio então Aha Shake Heartbreak. Ao serem criticados por cantarem feio e mal, não fizeram por menos e intitularam o seu segundo dessa coisa ai acima. Aqui acho que os meninos Pitchfork engoliram em seco. Mas tinha lá King of the Rodeo, a Bucket e a Pistol of Fire, portanto perdoou-se.


Este álbum, porem, faz me lembrar bastante...Bob Dylan. Oh sim, afinal não é só o Brian Ferry que anda melancólico. Sinceramente, já não soam a putos de 18 anos que arranham umas cordas e dão uns gritos esquizofrénicos. Agora, já tem os seus 20 e muitos e as letras já começam a ter um mínimo de sentido, se alguém tiver a capacidade de as perceber claro. Os gritos...vá os gritos, esses ficam. Já fazem parte. O que seria de My Party e de Charmer sem a berraria toda?

Em conclusão, e sem querer fazer julgamentos precipitados mas já os fazendo, ao lado de Neon Bible e Hissing Fauna, Are You the Destroyer?, este é já um sério candidato a álbum do ano. Mas esperemos para ver o que Banks e os outros Interpois têm na manga...

Deixo-vos alguns adoçantes do que este Because of the Times pode ser:

McFearless



On Call - Kings Of Leon - AOL sessions 2007

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My Party - Kings Of Leon - AOL sessions 2007

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segunda-feira, março 19, 2007

100110101010110110

Ryoji Ikeda, tornaram-se dos maiores inovadores da música electronica exprimental, e têm fãs por aí espalhados. Estes Japoneses encheram assim em Madrid o fantástico Museu Nacional Reina Sofia. A música baseia-se na percepção humana, na arquitetura e no minimalismo. A sala manteve-se escura de principio ao fim, opondo um jogo cerebral entre o publico e o músico. Em paralelo decorre um outro projecto Alva Noto e Ryuchi Sakamoto que junta a elctrónica de Ryoji Ikeda acompanhado por piano, fazendo composições agradáveis e bastante boas.



sábado, março 17, 2007

Pum Pum Pum!

Um dos nomes mais quentes da pista de dança na atualidade - pronuncia-se Master Kraft - tem pedigree. A dupla vem de Toronto, Canadá, é formada por Jesse F. Keeler, ex-integrante do Death From Above 1979, e Al-P, que foi produtor do extinto grupo que forçou muitos DJs a tocar as barulhentas guitarras em tempos recentes. O MSTRKRFT lançou seu primeiro disco em 2006, popularizado pela música "Easy love", e destacou-se a fazer remixes para alguns artistas como The Gossip, Bloc Party e All Saints.

sexta-feira, março 16, 2007

Som de Prata


"Sound of Silver" é o sucessor do 1º album homónimo de LCD SoundSystem, projecto do cantor e produtor James Murphy volta á carga. O novo album começou a ser gravado no Verão passado e já se encontra á venda. Está confirmada a sua visita, no SuperBock SuperRock, a juntar-se aos grandes nomes sonantes que encabeçam o cartaz. O album encontra-se bastante aceitável, com sonoridades que agradam ao grande público, a rota está traçada, das paragens por todo o mundo. Estamos cá á sua espera.

Soul Brittania

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Houve alguém que, já há algum tempo, me tinha vindo a martelar os ouvidos e ainda mais os tympanus acerca duma nova artista do circo musical britânico. Algo de Soul, Jazz, com o par saxofone/trombone presente, uma voz bastante avantajada, e com uma personalidade, segundo a dita cuja, a fazer lembrar Noel Gallagher. Ora, eu sinceramente não consegui imaginar o Noel em saltos altos, (falta de) indumentária a condizer e, acima de tudo, a cantar. Há gente para tudo.

Mas não é só da aparência que se faz a música de Amy Winehouse. Com o que parece ser uma mistura entre Aretha Franklin e Alice Coltrane, Deus a tenha, com grande dose de gravidade duma Janis Joplin, faz umas quantas músicas engraçadas. E é admiradora de Marvin Gaye. Uma versão Soul de Ella Fitzgerald? Não exageremos, é mais hype que outra coisa.

Do novo álbum, Back To Black, nenhuma das músicas chama especialmente a atenção, tirando aquela do
They tried to make me go to rehab
But I said no, no, no;
com no a soar assustadoramente másculo.
Há então Wake Up Alone. Essa é diferente, toda ela a soar deliciosamente a um blues a lembrar até Velvet Underground. Este comparação é bastante disparatada, mas fez-me lembrar algumas músicas de Lou Reed.

É sinceramente à falta de melhor que este álbum é apelidado de brilhante. No entanto, e comparado com os de outras aves raras que por ai arbitram, é jeitoso, orelhudo, sendo mais uma imitação de antigas glórias que uma coisa minimamente original. Mas, vá lá, fá-lo bem, e sempre dá para matar algumas saudades.

Brit Awards 2007

Wake Up Alone


segunda-feira, março 12, 2007

Em Abril, águas mil.. E esperam-se dois ou três arco-íris.


Em Abril ninguém fica parado. Abril ganha cor e histeria com !!!, apimenta-se devidamente com as brasileiras CSS, e para não perder ritmo chama Fujiya & Miyagi dia 7 à Casa da Música no Porto. E mais que isto não peço eu dum mês tão pacato e chuvoso.
Ainda não referidos antes por aqui, Fujiya & Miyagi vêm de Inglaterra e trazem na mala electrónica muito agradável a qualquer tímpano, incompatível com pés imobilizados. Querer ir e não poder é triste, poder e não querer é pecado! Recebam estas influências de Aphex Twin em condições e mandem-lhe cumprimentos meus.

Comprovem:
Myspace

domingo, março 11, 2007

Deerhoof

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Chu chu chu chu nik nik
Chu chu chu chu chu,
chu chu chu chu chu.

Chu chu chu chu nik nik
Chu chu chu chu chu,
chu chu chu chu chu.
Japan Japan.


Deve ser qualquer coisa de semelhante que a baixista com voz de pinipon canta no refrão mais que orelhudo de plus 81.
Vêm de São Francisco, States, e já há algum tempo que compõem. No entanto, só com o lançamento do novíssimo Friend Opportunity é que os passei a conhecer. Mas foi amor, não à primeira, mas talvez à segunda ou terceira audição. De qualquer maneira, no meio de ruídos estranhos e experiências pouco ortodoxas conseguem criar algo de aprazível para os tímpanos, o que conjugado com letras como:

If I were man and you a dog
I'd throw a stick for you


mhm, sim, penso que diz tudo.
Assaltem lojas, que é como quem diz, saquem da net aí com força, mas passem as onze músicas deste colorido álbum para a vossa biblioteca digital e dediquem-lhes pelo menos uma audição completa. Não se Irão (literalmente) arrepender.


Plus 81


quinta-feira, março 08, 2007

À Paisana

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Não estivesse hoje sol e não estivesse o Major Valentim Loureiro praticamente condenado a passar uns bons anos no xadrez, diria que era um dia normal.


Mas, aparte disso, não houve aviões a embater contra edifícios de mais de 100 andares (como se isso fosse sequer possível...) portanto é, sem dúvida um bom pretexto para vos dar a ouvir uns quantos jovens ingleses, americanos e colombianos que escrevem umas (brilhantes)cantigas pelos arredores de Manhattan.
Vêm cá dia 5 de Julho limpar umas casas-de-banho e, nos períodos de descanso, talvez apresentar o seu novo muitíssimo antecipado álbum, que é suposto sair 1 mês antes.

Até lá fiquem com algumas das músicas que me acompanharam a mim e a tantos outros audiófilos através deste infame dia.

Obstacle 2



Untitled(clip não oficial mas brilhante)

Take You On A Cruise

terça-feira, março 06, 2007

Será mesmo verdade?

Houve um alguém com bastante bom gosto que falou do Coachella, um singelo festival onde se reúnem velhos marujos como The Jesus and Mary Chain e Rage Against the Machine. Mas agora, depois de ter visto ser anunciado e confirmado a panóplia de bandas que nos vêm visitar dia 3 de Julho, pus o meu bilhete para a Califórnia à venda.

Estava tudo aborrecidamente bem, eis senão quando vejo uma coisa que pensava inimaginável. A Música no Coração, promotora que traz cá a respeitável Beyoncé, penso que será assim que se escreve, está a organizar um Super Bock Super Rock ao nível dos melhores Paredes De Coura. Se pedisse emprestado o DeLorean "time machine" ao Doc e desse uma espadela até há uns bons 300 e poucos dias atrás, e dissesse a mim próprio que no próximo ano estariam os Arcade Fire no lugar do 50 Cent, eu próprio era acusado de herege e queimado na fogueira.

De qualquer maneira, são eles Klaxons, também aqui já analisados, Magic Numbers e Bloc Party e a representar o nosso Galo de Barcelos os Bunnyranch e os The Gift, que servirão de acompanhamento aos Arcade Fire, no Parque Tejo. Porra lá terei que aguentar com o Kele duas vezes num espaço de pouco mais de 2 meses. Só os Linkin Park é que não vêm cá 4 vezes num espaço de dois anos…
Isto para não falar dos "medíocres" Interpol que vêm cá extrapolar o seu temperamento de miseráveis com a vida, dia 5. Nunca vi os Joy Division ao vivo, poderei ver a sua reedição 20 anos mais nova. Menos mal.

Conclusão, Senhores organizadores do Festival de Paredes de Coura, é melhor começarem a procurar Jeff Buckley ou até Miles Davis, como tentaram outros energúmenos, para fazerem frente a estas bestas cavalares que nos principio de Junho nos presentearão com fabulosos espectáculos.
Jeff Buckley, assim como Miles Davis já descansam no bem-bom há demasiado tempo infelizmente. Não os referi com alguma intenção de ferir quaisquer susceptibilidades. Longe de mim .]

Humedeçam agora as vossas bocas e agucem o vosso paladar com estas pequenas amostras do que de mágico acontecerá no Parque Tejo dias 3 e 5 de Julho de 2007.

Arcade Fire

Bloc Party

Klaxons


Magic Numbers


Interpol


The Gift

BunnyRanch



Como é dito na simplória e desagradável Helicopter...

Are you Hoping for a miracle?


segunda-feira, março 05, 2007

Why does anyone do anything? I dont know, I was really drunk at the time

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Já escrevi por aqui bastante besteira admito, aliás, porcaria com força, e sim, prezo bastante bem a minha ignorância, mas apenas uma coisa me pesa, com carga em excesso, na consciência.

Falei de Clash, de Who mas não tive a abertura de espírito para vos falar da minha banda de eleição. Foi há por volta de quarenta anos, dia 5 de Agosto de ele falarei, editado, se é que naqueles tempo se podia aplicar esse termo técnico, algo de novo, criativo, com muitos cogumelos alucinogénios na sua receita. Não, não era Miles Davis e companheiros a fazer das dele.
Era Piper at The Gates of Dawn. Oh sim aqui posso, sem tento da língua, dizer que o mundo nunca mais foi o mesmo. É psicadélico, fabuloso e demente, tudo simultaneamente. Nessa altura, havia Syd Barrett para dar e vender. Mas depois, para dar originalidade à coisa meteu-se nas drogas a sério e delas nunca mais se viu livre. Desde aí fez-se muito quer em quantidade quer em qualidade.

Mas enfim há quem ouça "hey, teacher, leave those kids alone. All in all it's just another brick in the wall" e associe com José Cid, ou até com o muito respeitável coro militar da Eslováquia. Outros ouvem "shine on you crazy diamond" e presenteiam-nos com a frase "uau adoro Queen". Mas agora confrontados com

And you run and you run to catch up with the sun, but its sinking
And racing around to come up behind you again

The sun is the same in the relative way, but youre older

Shorter of breath and one day closer to death
,

oferecem-nos um agradabilíssimo silencio.
E é apenas desses e doutros versos não tão verosimilhantes quanto isso, dos quais ouvimos um tenebroso silencio, que fico com a sensação que realmente são a minha banda de eleição.


Time


Comfortably Numb


See Emily Play

sexta-feira, março 02, 2007

The Good, the Bad and the Queen

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Desde há muito tempo que tinha vindo a ser especulado, esperado, aguardado bastante desesperadamente por qualquer coisa vinda do Mr.Blur.
Áureos foram os tempos em que andou lá aos murros psicológicos e numa saudável troca de comentários de todo intelectuais com o (papa) Noel, que lhe abriram evidentes e profundas cicatrizes psicossomáticas. Resolução: entrar na idade do armário, armar-se em macacão e virar para o circuito mainstream com os Gorillaz. Nada de mal com isso, fez umas coisas engraçadas. (ponto)


Mas assim do meio do nada foi reciclar glórias perdidas do rock, e formou um banda. Quem diria. Orquestrou umas quantas cantigas, deu-lhe um nome...digno de realeza e agora anda por aí nos algures a espalhar músicas como Herculean e 80´s song.
Essa reciclagem consistiu no homem do baixo que aparece na art-work de London Calling, no epiléptico guitarrista dos Verve e um pseudo-baterista, Tony Allen, nome pioneiro nessa coisa que é o afrobeat.

Mas como tudo o que é demais enjoa, isto não enjoa. Não é uma masterpiece. É um trabalho descomprometido de jovens da música que, por entre dentaduras postiças e cabelo oxigenado, tentam fazer algo com jeito. Até o conseguem mas com tais dinossáurios esperava-se qualquer coisa de extraordinário, coisa que este álbum claramente não é. De todo.

Junto envio os dois singles que constam em The Good, the Bad and the Queen


Herculean


Kingdom of Doom


PODES OPINAR AQUI!