"Não é uma instituição, não o precisa de ser sequer, é um lugar sem definição aparente onde expressamos o que gostamos ou não. Não cedemos a pressões, não somos pagos para dizer bem de certas e determinadas coisas (por enquanto), e não damos primazia à musica portuguesa para dar sensação de um nacionalismo não existente. Retratamos o nosso ponto de vista tal como ele é. Esférico e com uma bolinha no meio."

sábado, março 29, 2008

Se me posso divertir a dizer porcaria, então que me seja feita essa vontade.

Venho de ver dramatizar, e acho que é caso para tanto, ou mais até. Estou com a minha chávena de chá a ver as últimas de Heart of Gold, com Neil Young a cantar uma das suas masterpieces (ou perto) e deparo-me com a realidade cartesiana do cogito, por de momento, não dar mais que isso. E naquele estado me quedo, a pensar, talvez já a ultrapassar a fronteira meu entendimento, o zombar de dois jovens para com uma pessoa, que pela febre dos pistons ou pelo simples facto de lhe deixarem no testamento tais genes, usa babete aos 40 e está aprisionado numa cadeira, que se encontrava na plateia. Bem que a minha inflamação ficou encarcerada no meu bom senso, o que me coibiu de tudo, excepto de arrancar a ideia de que é o mundo que os tem na mão, e não vice versa, como, provavelmente, pensam. Por mais que deixe passar, a falta de chá cria-me aquela sensação de quando nos aparece uma borbulha acniosa na cara no dia em que temos de impressionar uma rapariga, deixando de fora o intelecto. E não, não quero que, de todo, seja estériotipado como paulas bobones. Mas deixa-me perturbado.
1º Pelo respeito de que padecemos todos.
2º O facto de o terem levado para os bretões (especialmente quem o fez), me deixar completamente sem norte.
3º Porque a minha chávena está vazia e vou para a cama sem acabar de ver o filme.
(não, drogas não é comigo nem para mim)


Para relembrar os hipotéticos tempos de infância.

Devendra Banhart - Feel just like a child

(boas influências do sexytympanum)

quarta-feira, março 26, 2008

o qué nacional também se PAPA!


A caminho vem o 3º álbum dos A Naifa com o título "Uma Inocente Inclinação Para O Mal";

Os Hipnótica que vão já nesta sexta fazer uma digressão com os alcobacenses Loto e já detém um videoclip da autoria de João Pedro Moreira (que não faço a pura da mínima de quem seja) que tem ante-estreia no seu site hipnótica.net. - Sim para aqueles que têm a mania que são VIP's aí têm uma prendinha, isto se ao menos gostarem do extenso nome “I’ve Met Joe Luke Somewhere in the Middle of Nowhere” retirado do álbum "New Communities For Better Days";

Os Linda Martini prepararm-se para lançar o seu segundo registo “Marsupial” com apresentação no ZDB (como lá está Lisboa), tal como os Vicious Five e o seu igualmente segundo álbum "Sounds Like Trouble";

A Ritinha dos sapatinhos vermelhos vai já no 9º lugar no nosso Top com uma entrada directa para a sua estreia em "Golden Era";

Os Micro Audio Waves depois de terem feito um segundo videoclip com o tema "2Night" estão nomeados para melhor faixa e prémio revelação nos prémios Qwartz Electronic Music Awards a realizarem-se no dia 4 de Abril em Paris. Isto tudo sem esquecer a porradona de bandas que vêm em breve aos nossos festivais, tornando-se Portugal assim numa porta aberta às mais diversas sonoridades mundiais, ou não fôssemos nós descobridores deste planeta achatado nos cantos


Motivos mais que suficientes para muitos de nós fazer nascer o nacionalismo e patriotismo que falta, muito para além das bolas nas redes e das "red, yellow, green flags"

Como se isto tudo ainda fosse descomunal (x/)


E que tal neste simples e magnifico post embarracar uma porrada de vídeos "avec des chansons" que ao meu ver anda a fazer vaguear este mundo musical no reino da independência e do moderno [mas como óbvio jamais a vanguardista, já que esse papel à muito que foi desempenhado pelos nossos "amigos" artistas fãs de banana,os grandes e emergentes Velvet (NÃO REVOLVER lá está) ]

Não desvairando destes ares aqui fica a minha selecção, mas nao deitem demasiada esperança nela, serve mesmo justamente à nobre causa de "limpar os tímpanos":
in Midnight Boom

in The Age Of The Understatement (brevemente)

in Antidotes

in The Odd Couple

in Accelerate


(...) não há melhor musica do que aquela que provem da remota fita que rola pelas cassetes, sim aquelas a 3€55 que até lado A e B possuem.

Last night, she said:

Ainda alguém se lembra deles?

Até Abril.

terça-feira, março 25, 2008

Só previlegiados tem ouvido igual ao seu, Eu possuo apenas o que Deus me deu

Quando criticado pelo seu comportamento de anti-musical, Tom Jobim respondeu que era Bossa Nova, tudo muito natural. Isto nos, quê, 60as, quando este género ainda não se tinha tornado na chitcholina da música estrangeira na América, uma espécie de leão albino no circo de gente abastada do século XVIII. O fado, por outro lado, não foi exportado porque não tinha acordes como F#m7/5b ou D7M/F# e era basicamente aborrecido. Sim, a Mariza já andou lá fora, mas suspeito que seja pelos seus quase dois metros de altura e cara de espectro, daí que o habitual wanna-be cultural americano leve um bocado longe de mais a ideia de animal em palco. Fica-se com a sensação que é algo novo, que não se canta acerca da mesma coisa há 50 anos, mas lá no fundo é a mesma resignação caracteristicamente portuguesa.

Hoje andamos enfrascados de electro-rock e arranjos à Timbaland. Nada de mal, é fácil de ouvir, é engraçado. Anda-se na incessante procura pelo next big thing. E encontra-se, seja ele os Radiohead, o Devendra Banhart ou a Rihanna. Ouve-se falar de inúmeras novas bandas, que tentam penetrar no mundo cool do tal monstro do rock dançável, isto em conjunto com a banalização do conceito indie, que comete a proeza de albergar Joanna Newsom e Cansei de Ser Sexy. Mas fossem esses os piores problemas. Antes fôssemos atacados por um surto de importações chinesas de clones de Klaxons à censura de artistas por majors. Pelo menos é assim que os Be Your Own Pet devem pensar.

Conlusão: Natural uma ova. A música deixou de o ser quando se começou a gravar concertos, para não dizer álbuns. Não há nada a fazer, excepto tentar ser natural. Paradoxal? São os século XX e XXI.

Soneto de despedida e soneto de separação - Vinicius de Moraes

segunda-feira, março 24, 2008

Zuummm... Zuummmmm


Entramos numa época em que à um predomínio do uso de instrumentos de modo a criar ambientes electrónicos diversificados ao nível da sonoridade ou então se quisermos ser bastante específicos referimos aos novos sons de New-Rave Synth-Pop ou até Electropop e Electroclash.
A moda começa a pegar e há até bastantes bandas que desde cedo se afirmaram com um som de vanguarda indie, que começam a criar sonoridades electrizantes no fundo de cada batida no prato ou no raspar de unhas nas cordas. Muitos admitem culpar os Klaxons pelo seu movimento new-rave mas outros criticam-nos afirmando que toda a sua musica apenas teve bastante influencia em bandas como os The Fall, Wire ou até Gang Of Four. Quanto a isso cada qual que fique imune na sua opinião. Mas nao podemos ser indiferentes à onda de bandas que surgem desde de tal, pois para além da quantidade a qualidade essa está presente. Vai de Shitdisco, New Young Pony Club, Hadouken! até revelações e sonoridades opostas como The Whip ou Chromatics.
E é neste nível que chegamos a um novo conceito. O vocalista dos Super Furry Animals - Gruff Rhys - e o produtor americano Boom Bip são os criadores dos Neon Neon. E é aqui que vemos como um som indie-pop-rock se transforma num verdadeiro "banfunlheco" de electronica, hip-hop e synth-pop totalmente assumido.
Acabam de editar este mês o álbum STAILESS STYLE, como um capa que a mim que particularmente me agrada, pelo seu bem e bonito jeito como aquele sapato de salto alto da mulher-fantasma está prestes a esmagar a "fuça" ao senhor passageiro/motorista que está dentro do veículo, de modo que aguardo ansiosamente a vinda apenas da mulher pelos nossos lados (x) .


Para coisas a mais quase indispensaveis aqui fica: http://www.myspace.com/neonx2

domingo, março 23, 2008

A Ressurreição de Cristo



Há um gajo de nome Gonçalo que me(kasabian) persuadiu, no seu jeito muito característico, a ver um filme chamado Juno. Não tem grande história, gravidez na adolescência, pais adoptivos para um puto, que antes de nascer, vindo das entranhas da própria teen, se separam, a descoberta do amor, mas que marca com frases como, por mero exemplo "os embriões têm unhas". Acreditem, se virem o filme percebem que esta quote tem um peso cabal na história. A razão pela qual referimos isto é que a Juno MacGuff tem bom gosto. Refere um tridente encabeçado pelo Iggy e o seus Stooges, a Patti Smith e as Runaways, que não constam no nosso Houaiss musical, pretensiosismo à parte. Não, não é a unica razão. Mas não nos lembramos de mais.
Fiquem com All the Young Dudes, tema algo Bowieano dos Mott The Hoople, acoplado na OST.

Da autoria conjunta de kasabian e fiodebeque

sexta-feira, março 21, 2008

Embora nessa, vanessa


Bob Dylan, dia 11 de Julho, no Passeio Maritimo de Algés. Interessados?

quinta-feira, março 20, 2008

But I know it's only lust!



Sou dislexico. Acordei para esta misera realidade quando me apercebi que simples sinais me passam completamente ao lado (ou troco-lhes o sentido e a direcção) e salto linhas sem o read between. Surgiu-me então uma forte convicção de que sem escola, na ignorância desta síndrome, não me teria tornado irracionalmente cerebral e teria poupado umas belas horas de terem sido submetidas aos morosos pensamentos de quem não sabe o que quer, ao invés de saber como o conseguir (NOT). E isto de indefinição, traz uma manipulação microscópica do impulso, o que teria sido bastante saudável para o Boris Yeltsin não ter sucumbido lavado em vodka, não casa com testosterona em brasa de adolescente. Tudo isto para, depois de alguma reflexão, concluir que apesar de não ser acastanhado, quando estico o dedo indicador e toco num outro indicador de terceiros, faz-se luz e começo a gritar feito parvo.

Assim introduzo: Damaged Goods - Gang Of 4

quarta-feira, março 19, 2008

Keep my advent to your self

Amanhã vira Primavera e chove torrencialmente. Ah Crooked Rain, Crooked Rain...
Gold Soundz, Pavement, Ladies and Gentlemen.

segunda-feira, março 17, 2008

Promiscuidades herculeanas

Antony Hegarty sem os seus Johnsons deu qualquer coisa como isto:

É uma espécie de paradoxo saudável, o existente entre a voz de Antony, o baixo à Murphy e o toque Eno-esco lá no fundo. Chamam-se Hercules and Love Affair e o álbum homónimo foi uma das boas surpresas de 2008. Ouviram Blind, o primeiro single.

domingo, março 16, 2008

Saí mais uma experiência do laboratório

Os We Are Scientists, banda vinda de Brooklyn, está prestes a lançar o seu novo álbum. A banda de Keith Murray e companhia vai lançar o original chamado "Brain Thrust Mastery" que sai já no dia 17 de Março com o single After Hours

Esta banda teve inicio em 2005 ao lançarem o excelente "With Love and Squalor", da qual estão lá músicas como Nobody Move, Nobody Get Hurt (vivam os coelhinhos); The Great Escape (os tais gémeos ) e It's A Hit.

Como tal ja aqui fica o novo single:

sábado, março 15, 2008

Inquietação

Mais um saido da jagjaguwar.
Iron and Wine, Tegan and Sara, Nick Drake, há em Bon Iver muita coisa misturada. E sabe muito bem. Sem pretenciosismos, lançou-se à desvairada com For Emma, Forever Ago, um dos primeiros grandes debuts deste ano.


Entretanto, estava eu nos Restauradores a descer pró Rossio quando, por capricho do meu leitor, começa Nico a entoar o primeiro verso de All Tomorrow Parties e, de certa maneira, tudo fez um sentido desconcertante, sobretudo ao passar pela rapariga com os seus imberbes 10 anos de miséria e calos nos pés a pedir a moeda. Atingido por uma efémera sebem que não totalmente desconhecida solidariedade, saquei do euro que tinha na carteira e dei-lho na esperança de ganhar esperança num futuro para aquela criança. Ou de um sorriso, ou, talvez, na pura e exclusiva ânsia de fazer o bem e ter o consequente sentimento de realização. Mas já o poeta dizia que a solidariedade é somente um véu para o egoísmo da sociedade contemporânea. Num segundo o meu leitor ficou sem pilhas, eu sem carteira e a criança sem inocência.

domingo, março 09, 2008

Editors

Passagem por este belo país, ( nao detemos a exclusividade da visita como no post anterior é dito, mas mais já faltou)
2 de Abril em Lisboa, o começo.
3 de Abril no Porto, o fim do mesma.

e vice versa, como a música que dá nome ao album que vêm apresentar

sábado, março 08, 2008

Pagãos inocentes da decadência que somos sem excepção

Portugal, por detrás de toda a estoicidade que lhe é reconhecida, é um país com grandes artistas. Podia-se falar em rui velosos e luises represas, mas esses dois são os expoentes máximos da grande fachada que continua a ser a música portuguesa, com fieis e inevitavelmente entediantes seguidores, que não são para aqui chamados.

Por isso é de louvar que Sérgio Godinho continue a espalhar a sua aparentemente inesgotável sabedoria pelas "fnacs" deste país. Dono de uma incomparável mestria no uso metafórico da língua portuguesa, Sérgio Godinho é daqueles artistas intemporais, que soa a fresco quer na altura de "Com um brilhozinho nos olhos", da canção da novela "É tão bom", quer nesse trago de revolta springsteeniano chamado "Liberdade".

Mas esse Nove e Meia no Maria Matos, (mais um) disco ao vivo na discografia de Godinho tem como pretexto o sublime Ligação Directa de 2006. E desse Ligação Directa ficaram mais uns clássicos, quer na "Marcha Centopeia" quer "Ás vezes o amor". É por isso frustrante ver artistas como este, que fazem música pop de qualidade e substancia, serem preteridos nas rádios portuguesas por prostitutos das canções de três acordes de autoria d'outrem.

Mas a verdade é que hoje já ninguém ouve rádio, no seu sentido literal, sendo que esse meio de comunicação não é mais o da divulgação musical, como o António Sérgio o fazia parecer, mas a aquele que atenua o mal estar e stress passados por 10% da população(pergunto-me se esta aproximação não será ingénua) das 7 às 9 da manhã nessa previsível aventura que é o caminho até ao emprego.

Dessa maneira, nada melhor que revisitar uma das melhores músicas portuguesas dos últimos tempos, numa época em que o patriotismo, ou antes a falta dele, parece ser o grande antidoto para a resignação do povo.

Só neste País é que realmente se diz só neste país


Unamo-nos
Nós somos os famosos anónimos
Mesmo assim já comprimos os mínimos
Somos todos únicos
Que mais vão querer de nós
P'ra provar quem vai à frente
Ou fica atrás

Se é por
Ir estabelecer um novo record
Cumprimos o guinnes ao preço que for
E fica o assunto num lugar
E sem espumantes, às vezes dá p'ro banquete
Ou apenas sandes

Sempre
Complicamos a coisa mais simples
E simplificamos a complicada
Sai em rajada o tiro pela colatra
Às vezes mata, às vezes ressureição
Foi de raspão

(Só neste país...)

Só neste país
É que se diz:
Só neste país
Só neste país
Só neste país
Só neste país
Só neste país

São muitos séculos em morna ebulição
A transitar entre o granizo e a combustão
E um qualquer hino para qualquer situação
Pessimista, optmista...

(e vai abaixo e vai acima
pessimista, optimista...)
...e agora a rima

Portugal é nosso p'ro bem e p'ro mal
E o mal que está bem
E o bem que está mal
E o bem que está bem

Juro
P'lo fado
P'lo baile e p'lo Kuduro
Que este país ainda tem futuro
É verde e maduro
Como a fruta, às vezes brote
Às vezes consternação
Secou no chão

Por isso unamo-nos
Nós somos o famosos anónimos
Mesmo assim já cumprimos os mínimos
Somos todos únicos
Que mais vão querer de nós
P'ra provar quem vai à frente
Ou fica atrás...

(Só neste país)

Só neste país
É que se diz:
Só neste país
Portugal, é nosso pr'ó bem e pr'ó mal

domingo, março 02, 2008

Shout Out Louds

Não são maus e até têm um vocalista que de quando em quando se assemelha ao desgrenhado ícone dos The Cure. Vêm das terras onde as loiras de olhos azuis abundam (considerando ambos os significados : português e abrasielirado) apresentar o novo album à Aula Magna dia 26.

A Música Do Anúncio/Reclame Dos Telemóveis - Shout Out Louds (com o capitão iglo num dos principais papeis)

Off The Hook[er]

Como toda a música de qualidade metafórica elevada se não prende muito nos dias de hoje, e como os ditos cujos clisteres que muita gente se perderia a fazer caso pudesse, (não) querendo de longe dizer que só passeia porcaria na cabeça da maioria, deixo a mórbida realidade da pura sacanice das letras dos bugs.

Come Together - Fab Four


PODES OPINAR AQUI!