#04/#05Maternidade Est. 2007
Mas se começaram, em Telephono, com boas guitarradas ainda que já a roçar o banal, os Spoon cresceram muito com Kill The Moonlight e Gimme Fiction. Tonaram-se uma banda cheia de classe, com melodias duma subtileza e inteligência gritantes. Não têm medo de mostrar que fazem do melhor pop que se tem ouvido. Ga Ga Ga Ga Ga é uma prova descarada disso. Com um começo como Don't Make Me a Target, é dificil não se tornar rapidamente um incontrolável vicio auditivo, de louvar principalmente a sincronia perfeita entre piano e a distorção da guitarra no outro. Mas não é só de uma música que vive este álbum, longe disso. The Ghost Of You Lingers, Rhthm & Soul ou Don't You Evah são três bons exemplos do quão flexível a música dos Spoon pode ser. No entanto, uma das características deste álbum é a sua homogeneidade. Gostos à parte, não há uma música que se possa dizer que não está claramente ao nível das outras.
Ga Ga Ga Ga Ga é talvez, numa outra perspectiva, o álbum mais produzido, o mais acessível até, sem perder a intensidade e a capacidade de estimular o ouvinte.
Concluindo, fica para os anais da história como mais um excelente álbum de uma banda que desde sempre habituou mal os demais melómanos.

«I really envy Christians
I envy Muslims too
It must be great to be so sure
As I'm talking to a Jew;
He said pray to god for mercy
He said get down on your knees
He said ask him for forgiveness
He said when you do say please (do us a favour)»
A Beautiful Day encerra o lote de convencionalismo deste álbum, sendo que com Out Of the Blue ingressa por terras experimentais, dando razão à teimosa etiquetagem de fusion-jazz que desde os tempos dos Soft Machine lhe insistem em aplicar, sendo essa dose de experimentalismo que encerra Comicopera, obrigando o ouvinte a perguntar-se «mas que raio?» e ouvir tudo outra vez. Isto repetido bastantes vezes, até termos a certeza que este homem é realmente brilhante e que este é um dos melhores álbuns do ano.